Restaurantes na nuvem II
O promissor modelo de food delivery — parte 2
Seguindo a primeira parte de nossos textos em parceria com o Bioma Food Hub que falam das novas tendências para food delivery e food service, vamos desvendar um pouco mais sobre as cloud kitchens.
Vimos que esses estabelecimentos, também conhecidos como dark kitchens, foram popularizadas pelos Estados Unidos e funcionam como cozinhas montadas para delivery que também podem ser compartilhadas por diversos restaurantes, sem que um interfira no outro.
É um conceito que pode trazer muitos benefícios, visto que permite flexibilização no cardápio, a criação de novas marcas e ideias, e também a redução de custos com salão, decoração, garçons e outros atendentes.
As cloud kitchens estão mostrando sua importância para o cenário alimentar brasileiro. Além de representarem as novas formas de consumo na atualidade, também promovem maior acesso a ingredientes de qualidade através de pequenos negócios e pequenos produtores.
O foco é na experiência em casa
Em tempos de quarentena, onde os pedidos de delivery aumentaram muito, vários estabelecimentos foram obrigados a pensar em novas formas de produção e como manter seus consumidores.
Essas adaptações geram ideias criativas e, muitas vezes, implantam mudanças definitivas. E se, mesmo após o fim do distanciamento social, os restaurantes decidissem investir nas cozinhas, diminuíssem os salões e priorizassem as entregas? E se as cloud kitchens disponibilizassem seus espaços mesmo em horários onde não há demanda de entrega?
Possibilidades para o varejo e indústria de alimentos
Pensando num futuro onde iremos valorizar mais os negócios locais e priorizar qualidade sobre quantidade, não seria difícil imaginar as cloud kitchens se transformando em algo como “cloud industries”.
Uma “indústria na nuvem”? Por que não? Uma indústria onde a produção seria em escala mais regional e utilizaria a oferta dos produtores locais, sem a necessidade de plantas e instalações gigantes que são totalmente distantes dos grandes centros.
Dessas produções em pequena escala, proporcionadas pelos espaços de cloud ou dark kitchens, e também pela flexibilização de seus horários de funcionamento, poderiam surgir, quem sabe, até novos produtos para o varejo.
Tendência de sucesso
Também conhecidas por cozinhas fantasma e restaurantes virtuais, as cloud kitchens representam o futuro. Ou melhor, representam um novo presente, onde há liberdade para ousar nas escolhas e para focar na qualidade e sustentabilidade de seus negócios.
Sustentabilidade pois, levando em conta que são cozinhas adaptadas aos novos tempos, toda sua estrutura e as escolhas das embalagens, materiais e ingredientes das refeições poderão (e deverão, se estiveram atentas às demandas dos consumidores) focar no que há de sustentável e orgânico.
A Epic Foods, por exemplo, é uma empresa de entrega de alimentos finlandesa, liderada pelo ex-cientista Martii Paatela, que se utiliza das cloud kichens.
A Epic é considerada a maior cozinha focada em delivery nórdica, tendo vencido o prêmio de “Best FoodTech Startup” nos Nordic Startup Awards em 2018. Para evitar o desperdício de comida e minimizar custos, a empresa desenvolveu seu próprio software que permite visualizar quais ingredientes e o quanto deles deverão ser comprados por dia.
Webinar com especialistas
Se você se interessou pelo assunto das cloud kitchens, continue acompanhando pois ainda teremos uma sequência com o pessoal do Bioma Food Hub.
E para finalizar com chave de ouro, promoveremos um bate-papo e webinar com especialistas do setor! Aguarde!
Por Letícia Romania Fernandes (Food Ventures) em colaboração com Bioma Food Hub